O Natal 2022 deve movimentar mais de R$ 65 milhões. É o que projeta o estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo o estudo o setor terá o primeiro aumento real de vendas (1,2% no faturamento, descontada a inflação) após dois anos de perdas na sua principal data comemorativa.
Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a perspectiva positiva para este ano decorre da normalização do fluxo de consumidores alcançada na virada do primeiro para o segundo semestre de 2022.
“Contribuem ainda a evolução favorável do nível de ocupação no mercado de trabalho e a desaceleração da inflação”, aponta Tadros. A inflação deve encerrar o ano abaixo de 6,5%, 3,5 pontos percentuais menor que o verificado no acumulado de 12 meses, em dezembro do ano passado.
Por outro lado, o presidente da CNC indica que o encarecimento do crédito e o comprometimento da renda média com dívidas devem frear a expansão das vendas neste ano.
De acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros praticados nas operações de crédito livres destinadas às pessoas físicas está no maior patamar desde o primeiro trimestre de 2018.
Adicionalmente, o comprometimento da renda média atingiu 28,71% no fim do terceiro trimestre, o maior patamar da série histórica disponibilizada pela própria autoridade monetária, iniciada em 2005.
Hiper e supermercados
O ramo de hiper e supermercados deverá ser o de maior movimentação financeira no Natal deste ano, respondendo por 38,6% (R$ 25,12 bilhões) do volume total.
Em seguida, estão as lojas de roupas, calçados e acessórios (33,9% do total ou R$ 22 bilhões) e os estabelecimentos especializados em artigos de uso pessoal e doméstico (12,6% ou R$ 8,19 bilhões).
Conforme o economista da CNC responsável pela apuração, Fabio Bentes, o destaque se justifica pela relevância do comércio de alimentos no âmbito do faturamento anual do varejo brasileiro – e por ser, historicamente, o principal responsável pela geração de receitas do setor.
Já no que diz respeito ao ramo de roupas, calçados e acessórios, o impacto da data é maior. Em média, as vendas no varejo crescem 25%, na passagem de novembro para dezembro – o percentual sobe para 80% no caso da venda de roupas e acessórios.
(Assessoria CNC)