O estado do Rio Grande do Norte terá a primeira vinícola nos padrões exigidos para registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a Vinícola Casa 7 Evas, no município de São José do Mipibu, a 38 quilômetros de Natal.
Além de produzir para fornecer a matéria prima para todo o país com plantações de uvas e café, a proposta é transformar o local em um atrativo turístico com uma cafeteria e uma adega para oferecer experiências, inclusive na área de cultivo, na qual os visitantes poderão apreciar o vinho embaixo das parreiras e também conhecer o processo de produção na vinícola.
Atualmente, o estado possui uma área de plantação de uvas da ordem de 20 hectares, mas a maior parte é voltada para o cultivo de uvas de mesa do tipo Vitória. Essa será a primeira produção com as variedades Malbec e Syrah.
Neste momento, a vinícola está aguardando os equipamentos para a instalação e conclusão do acabamento do prédio. O Sebrae do Rio Grande do Norte está prestando serviço de consultoria na elaboração de projetos técnicos industriais para a regularização e obtenção de Registro de Estabelecimento junto ao MAPA, na elaboração de projetos de sistema de prevenção de combate a incêndio e pânico junto ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado e também na regularização de poços para abastecimento de água para a indústria, bem como para a irrigação dos parreirais.
“Temos oferecido esse trabalho de suporte e acompanhamento para viabilizar a vinícola. Ao apoiar iniciativas como essa, o Sebrae ajuda a diversificar e agregar valor para a fruticultura do estado”, aponta João Hélio Cavalcanti.
As demandas estão sendo atendidas através do Projeto de Fruticultura do Sebrae-RN, cujo gestor Franco Marinho e o consultor credenciado, Eliseu Andrade, estiveram recentemente apresentando o trabalho in loco ao diretor técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, e a gerente da Unidade de Desenvolvimento Rural da instituição, Mona Paula Nóbrega.
O empresário e diretor da Vinícola Casa 7Evas, Evanildo Palantsky, afirma que o apoio do Sebrae-RN tem sido essencial para o andamento do projeto. A vinícola com 600 metros quadrados de área construída teve aprovação, sem ressalvas, da Superintendência Federal do MAPA no Rio Grande do Sul, cujos técnicos têm expertise nesse tipo de empreendimento.
Produção
A expectativa do empresário Evanildo Palantsky é ter uma produção de 100 mil litros de vinho fino de mesa por ano, principalmente das uvas Malbec e Syrah, que são as que melhor se adaptaram ao solo potiguar. Contudo, ele adianta que 70% da uva a ser utilizada na produção serão provenientes de Petrolina, cujas negociações com produtores pernambucanos já estão bem adiantadas.
“Vejo esse meu projeto da vinícola como uma oportunidade de oferecer algo diferente aqui no Nordeste e de ter um atrativo turístico diferente, quando todo o projeto estiver em pleno funcionamento”, afirma Evanildo Palantsky.
As etapas do processamento da vinícola vão desde a recepção da uva, desengaçamento/esmagamento, fermentação, estabilização e engarrafamento do vinho, até o estoque e expedição, que é a última etapa do processo, na qual o vinho é armazenado em caixas, seguindo para os locais de venda até o consumidor final.
Entre os equipamentos a serem instalados na vinícola, estão uma desengaçadeira e esmagador, sete tanques fermentadores de vinho (3 mil litros), sete tanques maturadores de vinho (5 mil litros), um tanque maturador de vinho (10 mil litros), um sistema Clean in Place (CIP) Móvel, um tanque líquido refrigerante (10 mil litros) e um filtro de terra de diatomácea com disco.