Em 2024, Alagoas registrou 27.923 novas micro e pequenas empresas. O microempreendedor individual (MEI) representa 76,12% do total. Os números foram divulgados pela Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal), entidade responsável pelo registro de negócios no estado.
Com os maiores números entre os negócios alagoanos, as micro e pequenas empresas (MPEs) refletem em 94,28% do total de empreendimentos com registro ativo no estado. De acordo com a Juceal, foram abertos somente neste ano 21.287 MEIs, 5.275 microempresas (MEs) e 1.361 empresas de pequeno porte (EPPs).
Por definição, o MEI é um negócio que, dentre outras particularidades, possui faturamento anual de até R$ 81 mil e apenas um funcionário com carteira assinada. A ME, por sua vez, apresenta uma renda bruta anual inferior ou igual a R$ 360 mil, enquanto a EPP conta com uma renda bruta anual superior a R$ 360 mil e inferior a R$ 4,8 milhões.
Para esses portes, o maior valor encontrado nas constituições desse ano foi referente às atividades de comércio, com 7.797 micro e pequenas empresas abertas – 27,92% do total.
Os outros maiores números para as seções de atividades foram anotados para os empreendimentos ligados a transporte, armazenagem e correio (3.960 micro e pequenas empresas); alojamento e alimentação (2.747); atividades profissionais, científicas e técnicas (1.898); e atividades administrativas e serviços complementares (1.889).
Para o economista Cícero Péricles, as micro e pequenas empresas são peças essenciais para economia alagoana, com grande peso e importância para o tecido empresarial do estado.
“O conjunto das micro e pequenas empresas é o motor central da economia urbana alagoana. Primeiro pelo seu grande número. Segundo pela capacidade destas empresas de viabilizar projetos comerciais, de prestação de serviços, industriais e da construção civil nestas localidades, mobilizando recursos, empregando parte da força de trabalho e gerando dinâmica da economia local. Terceiro pelo volume de impostos pagos por estas dezenas de milhares de empresas”, pontua.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alagoas atingiu, neste ano, a menor taxa de desocupação empregatícia de Alagoas no segundo trimestre desde 2012, e esse número tem grande influência das MPEs.
“As micro e pequenas empresas são grandes empregadores na economia alagoana. Existem razões estruturais para isso, na medida em que o maior estoque de postos formais em Alagoas está nos setores de comércio e serviços, responsáveis por mais 70% dos empregos com carteira assinada. Nestes dois setores predominam em absoluto os negócios de pequeno porte. Por outro lado, as empresas destes dois setores são menos exigentes quanto à formação profissional dos trabalhadores. Uma das características do universo empresarial em Alagoas é a de que temos pouco mais de mil empresas de médio e grande porte, que empregam muita mão de obra, mas são em número reduzido. Mesmo na construção civil e na indústria de transformação, a presença de micro e pequenas empresas é significativa”, finaliza Péricles.
O presidente da Juceal, Ricardo Dória, destaca que os números positivos referentes às micro e pequenas empresas trazem benefícios para toda a população alagoana.
“A porta de entrada para toda empresa alagoana é a Junta Comercial. Então essa cadeia de melhoria para a sociedade tem início aqui. A prova disso é que constatamos o aumento de 1,58% nas aberturas de micro e pequenas empresas em relação ao ano passado. Se existem mais constituições empresariais, mais empregos e renda são gerados para a economia do nosso estado”, reflete.