Os resultados iniciais da Expedição Ondas Limpas, realizada pela organização Sea Shepherd Brasil, em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), apontam as praias sergipanas como as mais limpas do Brasil, por apresentarem o menor índice de resíduos sólidos por metro quadrado.
De acordo com o Raio-X dos Resíduos na Costa Brasileira, Sergipe registrou o índice de 0,13 macrorresíduos por metro quadrado; três vezes menos que a média nacional, que é de 0,45 por m². Foram analisados detritos como borracha, madeira, metal, plástico, tecido, vidro, cerâmica, papel e papelão.
No quesito microresíduos plásticos, o estado também se destacou por apresentar o menor índice do Brasil, com uma densidade média de 2,17 por metro quadrado, metade da média nacional, que é de 4,58 por metro quadrado.
Em Sergipe, a Expedição Ondas Limpas coletou amostras na Praia da Boca, em Pacatuba; Ilha do Arambique e Praia do Costinha, em Brejo Grande; Praia da Costa, na Barra dos Coqueiros; Praia de Pirambu; e Praia da Atalaia, em Aracaju.
Turismo
A Secretaria de Estado do Turismo (Setur) também vê os resultados como um grande trunfo para o desenvolvimento do turismo em Sergipe.
“Recebemos esses dados com alegria, porque demonstra a qualidade do destino Sergipe. Refiro-me não apenas aos aspectos de segurança e de qualidade de vida, que, inclusive, foram destaque recentemente, mas, também, pelo aspecto ambiental. Esses dados apontam para que Sergipe, em especial a capital, Aracaju, seja reconhecido como um destino de qualidade para o visitante e para o turista. Atentam a qualidade no consumo dos bens naturais e ambientais, visto que a capital tem infraestrutura adequada de saneamento básico, o que permite que as praias tenham excelente balneabilidade para as pessoas que, aqui, vêm curtir o turismo de sol e praia”, destacou o secretário de Estado do Turismo, Marcos Franco.
Sobre a pesquisa
A Expedição Ondas Limpas é o maior estudo já realizado sobre o perfil dos resíduos marinhos no Brasil. Após 16 meses de expedição, cobrindo mais de 7.000 km da costa e 306 praias, o estudo evidenciou a onipresença do plástico ao longo de todo o litoral do país.
A expedição percorreu 201 municípios brasileiros, do Chuí ao Oiapoque, e analisou uma área equivalente a 22 campos de futebol para mapear os resíduos marinhos. Os resultados mostraram que 100% das praias do Brasil contêm resíduos plásticos, e microplásticos foram encontrados em 97% delas. Do total de resíduos, 91% são plásticos, sendo 61% itens descartáveis, como tampas de garrafa. Entre os macrorresíduos, o maior volume foi de bitucas de cigarro.