De 4 a 7 agosto a Praia do Forte, na Bahia, será palco da terceira edição da Festa Literária Internacional de Praia do Forte (FLIPF), que reúne nomes da literatura nacional e internacional atraindo turistas de diversas partes do país para desfrutar das belezas do litoral baiano e das atrações artísticas e culturais programadas para os quatros dias de festa.
Na programação estão previstas 10 mesas com um total de 24 autores e autoras, sendo dois internacionais – a argentina Ariana Harwicz, pela primeira vez no Brasil, e o angolano Ondjaki.
Ambos estão divulgando livros novos. Ariana lança Degenerado pela editora Instante, Ondjaki, O livro do deslembramento, pela Pallas.
A abertura, no dia 4 de agosto, celebra a ficção baiana com o encontro de dois autores de gerações distintas que obtiveram êxito nacional, Antônio Torres e Itamar Vieira Junior.
Completa a abertura a poeta e atriz Rita Santana, que fará uma leitura especial de textos em prosa e poesia de autores e autoras baianos de várias épocas.
No ano em que São Paulo celebrou o centenário da Semana de Arte Moderna, o tema que atravessa a programação é o da Bahia moderna, sobretudo a forjada nas décadas de 1950 e 1960. Duas mesas vão tratar particularmente desse tema, com autores e autoras das diversas linguagens.
A primeira, no dia 5 agosto, reúne uma pioneira da dança na Bahia, testemunha daquela época, Lia Robatto, a poeta, cronista e jornalista cultural Kátia Borges, que estudou a geração literária da Bahia dos anos 1950 e 1960, e Francesco Perrota-Bosch, arquiteto que biografou Lina Bo Bardi, idealizadora, entre outros, do MAM baiano.
Ainda em torno do tema da Bahia moderna, a segunda mesa ocorre no dia 7 de agosto, trazendo a discussão da modernidade para o contemporâneo. Reúnem-se o artista visual e curador Ayrson Heráclito, o poeta e letrista Capinan e a jovem cineasta Everlane Moraes, da nova geração do cinema baiano.
O psicanalista Christian Dunker (SP), a escritora Giovana Madalosso (PR), a artista e curadora Naine Terena (MT), a slammer e produtora cultural Roberta Estrela D´Alva (SP) e os romancistas Raphael Montes (RJ) e Socorro Acioli (CE) são outros dos nomes de fora da Bahia que se somam ao elenco baiano.
As mesas avançam por discussões que estão na ordem do dia: vínculos afetivos em tempo de incertezas, literatura e ativismo, saberes locais e produção de arte e cultura, questões da vida urbana e da interação com a natureza, narrativas que saem dos livros e chegam às novas mídias.
No elenco baiano, completam a programação o ator, apresentador e escritor Aldri Anunciação, o poeta e performer Alex Simões, a poeta e artista visual Dolores Rodriguez, o romancista Franklin Carvalho e a professora, pesquisadora e editora Milena Britto, uma das curadoras da FLIP 2022.
“A programação buscou oferecer temas de interesse para um público bastante misto. Mesmo quem não é leitor assíduo poderá encontrar um autor ou mesa que desperte sua atenção e gosto”, diz a curadora, Joselia Aguiar. “Também buscamos reunir autores e autoras de gerações distintas, mesmo dentro de uma mesma mesa, somando visão histórica e olhar contemporâneo”.
Fortalecer a festa literária com a comunidade de Praia do Forte é um dos objetivos das idealizadoras desde a criação do evento. Por esse motivo nasce a penúltima mesa, no domingo, dia 7, que reúne a artista e curadora Naine Terena (MT) e duas lideranças femininas da arte e cultura locais, a escritora indígena e pedagoga Denizia Kawany Fulkaxó e a produtora cultural Ró de Nuca.
O encerramento acontece com um encontro de autores e autoras da programação para contar qual seu livro de cabeceira.
(Foto: Reprodução / FLIPF)