Imagina ter um produto cuja qualidade não envolve apenas o seu desempenho, mas a forma como ele foi produzido ou é comercializado. É assim um negócio de impacto social e ambiental, organização que desenvolve produtos ou presta serviços considerando a viabilidade econômica da intervenção, e com soluções de negócios para problemas socioambientais.
“Os negócios de impacto são o futuro do empreendedorismo e são ainda maiores que a temática em si”, explica a gestora de impacto social e diversidade do Sebrae Alagoas, Ana Madalena Sandes. O tema foi trabalhado entre os participantes do Startup Day, evento organizado pelo Sebrae Alagoas que reuniu empreendedores neste sábado (21), na sede do órgão, na capital.
O mais difícil para o empreendedor é compreender que é possível casar um negócio de impacto com lucro.
“Muita gente não acredita na viabilidade em unir as duas coisas, por isso a importância de ser capacitado na temática, porque o que acontece muito é que esse empreendedor ou vai focar no propósito e acaba organizando uma ONG ou vai para o mercado tradicional”, completa.
Embora seja mais desafiador que o cenário convencional de um negócio, o trabalho com propósito social pode ser impactante e alcançar muita gente ao mesmo.
É o que está tentando proporcionar o negócio de Isabel Barcelos, que possui um site que reúne empreendedoras mulheres donas de pequenas lojas virtuais de roupas. O projeto dela (www.somosmodabrasil.com.br) é ser uma vitrine de revenda de produtos que estão encalhados nos estoques.
“Um dos principais problemas de quem trabalha com moda é o estoque parado, pois ele impacta na gestão financeira da empresa. Nesse segmento atuamos com mulheres jovens que estão em cidades pequenas e que possuem pouca experiência de gestão”, explica, completando que o lucro do site está fixado num percentual sobre o valor da peça.
Estar num espaço de troca de conhecimento, destaca Isabel, é fundamental para entender a dinâmica e os desafios desse tipo de negócio.
“É preciso estar presente nesses espaços, para ter acesso as possibilidades de modelagem de projetos e estruturação de árvore de problemas, de conhecimento de impactos ambientais, sociais e de governança, tudo isso é o que faz a diferença”, destaca.
O planejamento para modelar um negócio de impacto envolve muitas etapas, entre elas o Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), apelo capitaneado pelas Nações Unidas global para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente, o clima e promover a paz entre as pessoas, com foco na Agenda 2030 no Brasil.